Se navegar é preciso, descer a Serra do Rio do Rastro ou SRR é necessário!
O grande lance da minha vida motociclistica era conhecer esse lugar, planejei por anos, abri mão de muita coisa, fui!
A viagem, que pra mim foi a realização de um sonho, foi sensacional mesmo com alguns problemas no caminho.
Planejamento
Comprei a 883 em Outubro/17 e marquei a viagem para 01/01/2018, quando chega em 01/11 uma correspondencia do Detran/PR me notificando a suspensão do direito à dirigir, referente a uma infração de 2014. Não preciso narrar como foi frustrante, comecei a suspensão em 27/11 e ela foi até 27/01. Viagem adiada para 01/02!
Hotel reservado em São Joaquim, entrei em contato com meus amigos ao longo do caminho, marcando um rápido abraço em cada um.
Dia 31/01, primeiro dia de férias e a preparação começou no Distrito 1340, um lugar fantastico aqui em Curitiba que tem oficina HD, Bar, Barbeiro, Lava-Motos etc, vim fazer um check-up rápido na moto, lavagem, um chope pra abençoar e vamos iniciar a viagem.
Bora Viajar
Saí de Curitiba no dia seguinte por volta das 09hs, e logo em São José dos Pinhais peguei uma chuva torrencial, capa de chuva e atenção redobrada, segui até Joinville para abastecimento, abraço em alguns amigos e mais um pouco de estrada.
De Joinville foi a Balneario Camburiú, onde cheguei por volta das 12hs, almocei por ali, na terrível vista da praia central, sem pressa, um camarãozinho e novamente, abraço em alguns amigos que eu não via a anos.
Tanque cheio novamente a proxima parada foi a ilha da magia, fui a Floripa para dormir na casa de um colega de trabalho, iríamos fazer uma sessão de hambúrgueres mas acabamos nos desencontrando então peguei um hotelzinho pelo Booking.com e por ali fiquei.
A noite me indicaram a Soul Brothers dizendo ser o melhor hambúrguer da ilha, e lá fui eu!,
Caminho que segue
Dia 2, bem cedo, dei uma volta pela ilha, fui até Jurere e segui meu rumo. A anos que não ia a Floripa, o transito mudou e quase me perdi pela cidade, que vergonha!
Pra mim aqui foi o inicio verdadeiro da viagem! Sonho que sonhei durante anos, planos, projetos, aqui começou minha aventura.
Pista simples, cheia de boas curvas por cerca de 110km até Afredo Wagner onde a 883 já pedia mais gasolina. Um posto simples com uma coxinha excelente, uma cola gelada e mais alguns KM até Urubici.
Minhas referencias turísticas em Urubici eram a Serra do Corvo Branco, Morro da Igreja, Véu da Noiva e a Pedra Furada.
Optei pelas aventuras mais radicais e parti rumo ao Morro da Igreja. Num posto no centro da cidade fui orientado a procurar o IBAMA para retirar uma espécie de autorização para subir o morro, já que ele se contra numa área de proteção ambiental e lá também funciona uma base do CINDACTA então, você precisa retirar uma pulseririnha que será vistoriada no inicio da subida do Morro.
Morro da Igreja
Distante cerca de 20km de Urubici, a entrada se dá por uma estrada de concreto à direita, logo no inicio da estrada que liga Urubici à Serra está o Véu da Noiva, que deixei para a volta.
Na subida do Morro, que por sinal é muito íngreme e cheia de curvas cruzei por vários carros subindo e descendo e na barreira do IBAMA uma moto parada, um colega que não sabia da necessidade de autorização. Convenceu o Guarda, deixou o RG e conseguiu subir.. Ai conheci meu parceiro de Viagem, Luciano, cara humilde, técnico eletrônico hospitalar e que vinha de Balneário Camburiu para rodar as serras e voltar embora.
A Vista do topo morro é fantástica, pena que o tempo muda muito rápido, em menos de 5 minutos subiu uma neblina muito espessa que acabou prejudicando a admiração da bela paisagem, inclusive, no momento das fotos o tempo ja havia fechado, logo que descemos o moro, voltou a abrir.
Véu da Noiva
A paisagem é bonita mas não compensou, embora a cascata esteja aos pés da Serra, você precisa pagar uma taxa de visitação de R$10,00 pois a cachoeira está numa propriedade privada, que alias, tem um restaurante no local.
Aqui estamos e por aqui almoçamos, comida simples, sem frescura, num casarão bem ornamentado, após a refeição fomos em direção a cachoeira numa caminhada de 5 minutos. Nada além de uma cachoeira, algumas pessoas se banhando no riacho, a visita não durou 10 minutos, tempo mais que necessário para algumas fotos.
Daí seguimos para a temível Serra do Corvo Branco.
Serra do Corvo Branco
Eu pouco tinha ouvido falar desta serra, tão pouco que ela nem fazia parte dos meus planos de viagem mas a idéia foi amadurecendo no decorrer do planejamento.
A Serra é icônica e despertava a minha curiosidade mas as poucas pessoas que eu conhecia que estiveram lá diziam que não era uma serra para 883 ou qualquer outra Harley. A estrada não tem asfalto, na serra o piso é pedra solta e com isso uma moto custom teria dificuldades.
Logo após um pequeno trecho de asfalto as complicações começaram e olha, foi tenso.
Muitas pedras soltas, o trecho de 10KM parecia se arrastar por mais de 100. Só quem tem uma Sportster sabe como ela é “macia” nesse tipo de chão.
Ao enfim chegar ao inicio da serra, a primeira frustração da viagem: o cartão da GoPro deu pau! E lá se foi o registro de toda a estrada de chão e pedras que percorremos. Vida que segue! o Celular ajuda.
Realmente valeu a pena! Incrível o que o homem é capaz de fazer! Este entalhe na Serra foi feito a mão, sem muitas maquinas, apenas operários, coisa incrível, imagens e sensações que levarei comigo para sempre!
Com o problema da GoPro, toda a filmagem da descida da Serra se perdeu, com os olhos marejados de emoção e medo e um pouco de frustração por conta da camera.
Logo abaixo, um pequeno video transmitido lá da Serra no meu Facebook. (Deixe um Curtir, pfvr)
Durante a descida o primeiro problema! Abusei do freio traseiro, ele superaqueceu e me deixou na mão! SIM, no meio da descida da serra eu fiquei SEM FREIO. Posso dizer que foi emocionante mesmo, finalizei o trecho só na embreagem e freio dianteiro.
Publicado por Ilicilho Netto em Sexta, 2 de fevereiro de 2018
Descemos e subimos a serra, retornando à Urubici. Como eu tinha reservas num hotel em São Joaquim, seguimos pra lá, chegando à hospitaleira cidade no final da tarde, exausto mas feliz da vida. O Luciano seguiu comigo até lá e conseguiu se hospedar no mesmo hotel.
A noite, fria, saímos pela cidade e encontramos um super mega Cheese Bacon, tipico X-Gaucho de quase um quilo.
Serra do Rio do Rastro – Parte 1
Manhã de Sábado, sol de dor os olhos, noite muito bem dormida e um café da manhã Catarina de primeira, seguimos em direção a Lauro Muller para conhecer a serra, antes, paramos no Snow Valley para um Rapel emocionamente de cerca de 700mts.
Pronto! Passamos o momento “Criança Feliz”, seguimos!
E finalmente, cheguei a Serra com um sol maravilhoso e uma vista de quase 50km, quase dava pra ver o mar, em 5 minutos, dá-lhe neblina!
Desci a Serra na companhia do Luciano, la do fim da Serra ele seguiu viagem de volta pra casa, foi lá que conheci o salvador da minha viagem, o Argemon!
O Argemon é figura conhecida no meio motociclistico catarinense, frequentador assíduo da SRR, disse ja ter feito o percurso mais de 10 vezes a bordo da sua respeitosa BMW K1600.
O Argemon me levou na garupa dele até a cidade mais próxima onde pude comprar as peças e seguir meu rumo, ah, a historia do defeito é longa, conto em outro post.
Você que ja me leu até aqui, clique no vídeo abaixo, amplie a tela, coloque o som no talo e curte comigo a descida da Serra.
Tem 5 minutos? SOBE O SOM e acompanhe a descida da Serra do Rio do Rastro!
Publicado por Ilicilho Netto em Segunda, 5 de fevereiro de 2018
A viagem terminou tranquila, 2900KM em 4 dias!
Voltarei agora com a Street pra ter certeza que as dores nas pernas foram só nesta viagem.
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